Queremos falar hoje do mito de Mani, que deu origem ao nome mandioca.
O mito Tupi e o projeto Kirey Oca (japonês e tupi)
Segundo Clerot, existem alguns mitos que explicam a origem do produto e do nome. Escolhemos um mito Tupi, por estar em consonância com o projeto educacional que toma o estudo do idioma Tupi e o relaciona com termos da língua japonesa. Trata-se do projeto Kireyoca, ou Casa Bela (mistura do japonês com o tupi).
Conta-se que e filha de um morubixaba apareceu grávida na aldeia. Seu pai (o murubixaba) lhe pressionara para dizer quem a tinha desonrado. Como ela não dissera, então seu pai resolveu matá-la como castigo; nessa ocasião aparece um homem desconhecido e branco, defendendo a menina e dizendo que esta era inocente e que realmente não tivera contato com nenhum homem. Como o pai convenceu-se de que era mesmo verdade o que a sua filha lhe dissera, deixou que prosseguisse a gravidez.
Quando nasceu a menina, esta era branca, desembaraçada pois com poucos meses falava e discorria sobre tudo. Deram-lhe o nome de Mani. A menina atraiu muitas pessoas, inclusive de povos vizinhos, curiosos para ver o fenômeno da menina que era de raça diferente e tinha o dom da inteligência e sabia coisas fantásticas para a sua idade.
Porém quando completou um ano de idade a criança morreu e a enterraram próximo à casa de sua mãe. Como de costume jogavam sempre água no lugar onde a menina foi enterrada. Pouco tempo depois nasceu ali uma planta que eles ainda desconheciam, e a deixaram crescer. Os pássaros que as comiam tinham uma sensação de embriaguez, e com isso o índios ficaram admirados.
Um dia fendeu-se a terra e tiraram o excesso de terra e descobriram o tubérculo de sua raiz, no qual acreditavam estava representado o corpo de Mani. Comeram o tubérculo e com ele também fizeram uma bebida fermentada, chamada cauim.
Sendo assim a origem do mito de Mani tem a seguinte origem etimológica:
Mani deve vir do termo mã: entorpecer + Y: água, caldo, sumo.
Oca: Casa, refúgio, morada.
Ressalte-se que o mito de Mani ter sido filha de uma falta moral da sua mãe, tem semelhante explicação nas regiões do Amazonas, onde as meninas dizem que foram engravidadas pelo boto, quando foram tomar banho no rio.
A bebida conhecida como cauim já era conhecida pelos primeiros portugueses, quando entraram em contato com os povos Tupinambá, na costa do Brasil. Eles produziam a bebida para tomar em suas reuniões, onde se discutiam as próximas guerras e as alianças firmadas entre os convidados. Nessas reuniões também eram feitas as cerimônias de canibalismo, com os prisioneiros de guerra que estavam vivendo com a tribo já a algum tempo, inclusive tendo relação com alguma índia, que lhe era dada para a diversão.
Braulio A. Calvoso Silva
Brasilia-DF
Contatos: brauliocalvoso@hotmail.com
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